Educar ou adestrar?

 

Somos herdeiros de uma sociedade que acredita que a criança ideal é aquela que obedece em casa, se comporta na rua e não dá trabalho na escola. Há poucos anos a autoridade dos pais estampava no olhar, bastava uma olhada e esta criança prontamente mudava seu comportamento e obedecia aquela ordem do adulto. Este é o sonho de qualquer mãe ou pai certo?

É certo que a criança precisa de regras e estas precisam ser bem definidas, inclusive para os pais, estas regras necessitam ser fundamentadas nos valores e hábitos da família. Exemplo: um lar que tem como valor não trazer pendências do trabalho para casa, pode tornar como hábito conversar nos momentos comuns em família, e definir como regra não utilizar o celular/tablete/computador na hora do jantar. Estas regras devem servir para todos.

Crianças Educadas conhecem as regras e tem a liberdade de cobrá-las de quem não as seguem. São crianças que tem maior compreensão de suas emoções, desenvolve melhor sua criatividade e tendem a se tornar adultos mais críticos e conscientes de suas ações. Seus pais são líderes e fazem de suas atitudes exemplos a serem seguidos e seus filhos lhe admiram ao invés de sentir medo.

Crianças Adestradas sucumbem ao autoritarismo negando sua espontaneidade. São crianças incapazes de compreender porque estão erradas, pois as regras não são bem definidas e isto pode gerar certa confusão sobre as mesmas. Exemplo: Por que meus pais podem usar o celular na hora do jantar e eu não posso?

Com o tempo, em meio a inúmeras punições as crianças adestradas aprendem a obedecer de forma autômata, sem questionar. E quando têm oportunidade, fazem o que desejam, de preferência quando ninguém está olhando, faz escondido e esta atitude pode atravessar a vida adulta, são os filhos de pais chefes as crianças não aprenderam o porquê do não. Pais chefes são aqueles que dizem: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

A origem da palavra infância deriva do latim que significa fala negativa, ou seja, a criança não tem fala. Hoje, a criança é sujeito de direito tem voz e vez, mas também são sujeitos de deveres e cabe a cada responsável conhecer essa díade para orientar seus pequenos de forma adequada e com menor dano possível a família e consequentemente a sociedade.

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