Quem é pai/mãe sabe que esta missão exige muito de um sujeito, mais do que gerar, é exercer função paterna/materna. Em muitos casos este sujeito não se conhece. Nunca teve a chance de olhar para dentro de si e perceber seus sonhos, seus desejos, suas ações. Apenas viveu um dia após o outro.
Com o nascimento de um filho(a), quando se vê diante de uma outra vida que depende de você, ou no momento em que este filho começa a se interessar pelo mundo lá fora e começa a questionar suas verdades e por fim, o momento em que ele deve seguir seu próprio caminho. Esta necessidade de autoconhecimento bate a sua porta e agora com uma certa urgência.
A Psicologia Familiar considera estes momentos importantes na construção de toda família e cruciais para sua evolução de acordo com a forma em que os membros irão se movimentar neste processo.
Existem atitudes que podem que podem afastá-los do principal sentido dessa jornada. A vaidade é uma delas, intensifica a busca incessante pelo filho perfeito, maternidade/paternidade bem sucedida que transformam os filhos em troféus para expor na estante contemporânea,as redes sociais. Não é proibido, mas tudo tem limites.
Agendas lotadas de atividades extra curriculares, não dão espaço para a criança se sentir, se perceber, desenham o dia a dia para um futuro melhor. Melhor pra quem?Quando você deseja pelo seu filho, impõe a sua verdade. Está trocando autoridade por autoritarismo. Atitudes que podem levar a morte do desejo, a morte de um sonho e até mesmo, a morte da relação entre pai/mãe e filho.
A impossibilidade de expressão dos desejos, diminui a potência de vida.
O principal papel dos pais é contribuir para a potência de vida dos filhos. Como fazer? É uma construção diária e particular de cada família, por meio do que emerge no contexto das relações. Um dos caminhos se dá pela da elevação da autoestima, parece óbvio, mas ressaltar o que há de bom no outro, aumenta a potência.
Daiani de L. A. Garcia
Psicóloga
CRP 06/130774